22 de jul. de 2010

me poetisa...




me poetisa moço
pede a morena em suspiração
  nem tens curvas pra rimar
me rima com flor ou  canção
não poetiso  por caridade
nem tens mais ingenuidade
vou poetizar então teu sombrio coração


                                                                         
     ...

que identidade queres?
do sertão ou da cidade?
não posso querer poeta
do sertão identidade
sou nascida em capital
cresci ouvindo sarau
mas do sertão tenho saudade





saudade de ouvir dizer
pra mim  é novidade
de historias  dos ancestrais
nunca vi senti saudade
por ti morena chorosa
eu faço agora uma prosa
por que vi sinceridade



obrigada  meu poeta
por tanta dedicação
mesmo sem ver minhas curvas
pode ouvir meu coração
sou agora mais feliz
por que encontrei raiz
da cidade e do sertão
 ....


sou eu morena,
da tua paixão causador?
eu que vi tua aflição
agora eu sou doutor
para tua dor curar
não poderei te negar
o meu desejo agora é somente te beijar


O desejo dos amantes
na hora se fez oração
se amaram toda a noite
o céu foi todo canção
O balanço da rede
fez conjunto com a sede
daquela divina explosão!


Mas a morena, como disse
era filha da cidade
não sabia que poeta
carrega grande vaidade
ao amanhecer dia
o poeta já não podia
da morena ter saudade


teve que se despedir
Pois poeta não tem querer

a morena a dormir
o poeta a sofrer
o caminho se faz longo

o verso que é meu dono
é quem rege o meu viver


A morena que sorriu
Só o poeta é quem viu
o seu sorriso levou
o seu coração partiu
a morena novamente
viu sua vida carente
de alegria e sumiu

(Marlene Borges)