22 de jun. de 2011

Os cheiros que contam histórias


Pensei em eleger um cheiro especial, um aroma, um perfume para exemplificar o clima do mês junino, quando criança sempre brincávamos de assar milho na fogueira, comer canjica na cuia e se esquentar do friozinho de junho correndo em volta do fogo.
Esta festa era montadas por dias a fio, tinha ritual, primeiro procurar a lenha, imaginem que bagunça fazíamos procurando lenha em plena metrópole, depois separar os gravetos de pedaços maiores, compensados, o que prestava e o que não prestava. Por fim a preparação das comidas, canjica, pipoca, milho.
Na noite de 24 de junho, a mesa era colocada na rua com uma toalha de chita, rendas e flores vermelhas que doíam os olhos, a fogueira era acendida depois da missa de São João e a festa começava, cantávamos as cantigas de roda, improvisávamos uma quadrilha meio desengonçada, e brincadeira amanhecia o dia e ninguém queria sair, principalmente quando era  fim de semana. Me lembro da “radiola” tocando Luiz Gonzaga, Mario Zan, Dominguinhos. Nessa festa o cheiro era de alegria!
É verdade que essas coisas são mais difíceis de ver nos dias atuais, muito isoladamente vemos as escolas de educação infantil preparando uma quadrilha bem ensaiada  e  apresentando para os pais, vendendo doces típicos em barracas de feira dentro do pátio da escola e  brincando com  as crianças de  pesca, alvo, argola....Essa é uma festa com cheiro de folclore....
É... São outros tempos!
Fico feliz de recordar essas coisas e  essas histórias, prevemos para as próximas festas juninas jogos eletrônicos, telões com caraokê onde se possa fazer um mix de músicas de quadrilha e arranjar uma batida de fank para modernizar!!! provavelmente essa festa terá cheiro de balada! Será que isso demora?