24 de dez. de 2011

Obrigada!



Tenho muitas, muitas razões para ser agradecida a nossos professores da Unicastelo- SP, além do conhecimento que já em outro momento colocamos nas ruas com faixas, com apitos e nariz de palhaço e aula a céu aberto numa noite fria de maio, temos registrado os rostos de cada pessoa consciente do seu papel de seu valor naquele momento, cada comentário, cada texto escrito registrava também a comoção e a força que temos quando nos unimos por uma causa comum.

Não é em vão a movimentação via rede social, não é em vão gritar aos quatro ventos a vergonha que sentimos com o descaso com que tratam os nossos mestres, e não é em vão divulgar incansavelmente  que nós sabemos o que está acontecendo e que não é qualquer discurso com palavras bem selecionadas e bem proferidas que vai nos convencer que o que vemos não é a realidade, que nós estamos entendo errado, não é bem assim.
Não! Aprendemos, aprendemos muito bem a “ler as entrelinhas”, a ouvir e duvidar, e essa lição jamais esqueceremos, essa e outras, às vezes duras, exigente ao nosso olhar despreparados, mas que trazia uma certeza, é para nosso crescimento, para nossa humanização!
Aos mestres, quero registrar novamente, estamos acompanhando e conte conosco!

Marlene Borges

27 de nov. de 2011

Sonhamos com rosas ou lutamos com rosas? (Aos mesquiteiros)


Ontem senti vontade de mudar o nome desse blog de "Sonhamos com rosas " para "Lutamos com rosas".
Foi por causa de  uma galera que "colei ai", umas minas e manos cheios de energia, entusiasmo, apaixonados de verdade, que ama poesia e sabe fazer bem, muito bem.
Esses manos  e minas são  militantes por uma educação mais justa, real e preparadora, não só pro mercado de trabalho, mais de seres humanos. Humanos produtores de cultura, de SUA cultura, a que nasce nos guetos, nas ruas, nas prosas cheias de  gírias, tantas que  quem chega precisa de tradução! Da dança com tambores, do canto ritmado com pit Box improvisado entre amigos, da poesia que protesta e  choca, insulta e mostra a realidade vivida por muitos deles, as vezes é uma realidade que doe aos ouvidos, tem-se vontade de não ouvir mais, porém ela é um brado desesperado, uma voz tão ensurdecida, sem espaço, que quando encontra um, um só motivo é gritada aos quatro ventos.
É preciso ser forte viu! Nem todo mundo pode ouvir ou entender, é preciso olhar com outros olhos, é preciso, para entender uma ótica de quem sabe ler as entrelinhas, quem sabe perguntar, “PORQUE?” ou será  “ POR QUÊ?”, num aprendi isso direito na escola, deve ser PORQUE não fazia sentido!
É isso que essa gente procura:  sentido, ou sentidos, os da vida, os de crescer ou até os de continuar lutando.
Percebi a força que tem a união desses manos e minas porque quiseram até impedi-los de se reunir, mas eles não baixaram a cabeça, fizeram valer a resistência, não deixaram calar a voz.
É... Falar incomoda!
É por isso que voltei a escrever, para mostrar que os dominantes estão errados! A gente tem razão sim, tem força sim, tem musica, poesia, dança e um jeito próprio de vestir, expressar e receber!
Eu conheci tudo isso no Sarau do Mesquiteiros!
 Marlene Borges

15 de out. de 2011

Aos Mestres....

Como toda fase de transição tudo é meio confuso, esperançoso e cheio de preparações.
Essa semana, em meio a uma dessas preparações encontrei poesia, melhor que isso, poesia homenageando os professores.
Queridos mestres que nos acompanham hoje, e que já nos acompanharam durante todo o período de grandes mudanças, novidades e conflitos, nos orientando, debatendo, insistindo...
É pra vocês!

" Mestre,


É aquele que caminha com o tempo,


propondo paz, fazendo comunhão,


despertando sabedoria.


Mestre é aquele que estende a mão,


inicia o diálogo e encaminha


Mestre é você, professor,


Que compreende, estimula,


comunica e enriquece com sua presença, seu saber e sua ternura."



25 de jul. de 2011

Foi assim que a poesia me salvou


No tempo que sentia dor, aquela dor n’alma, a poesia me salvou
Era tanta dor que a lógica não dava conta de explicar, era um desvelar das coisas que pareciam naturais até então, era meu coração, pulmão, rins sendo comprimidos por uma dor exterior que quase me eliminou. Então quando percebi, tive um desejo incontrolável de fugir,  escrevi e li poesias, e foi assim que a poesia me salvou.
No tempo que senti amor, era um calor exagerado, vexado, inquieto, não consegui falar, e guardei pra mim, mas escrevi e li poesias, e foi assim que a poesia me salvou.
No tempo que quis conhecer mais sobre o mundo, a cultura dos viventes desse mundo eu li e escrevi poesia, só assim descobri que tem poesia além da dor, do amor, da cultura e do mundo.
A poesia me salvou e sempre me salvará!
Marlene Borges

20 de jul. de 2011

A mais Bela oração!



I Coríntios 13- 1,13

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

Um Poema!

Para os clássicos, especialmente na escola platônica, o amor espiritual é o mais elevado, o único digno dos sábios, e esta espécie de afeto incorpóreo acabou por ser conhecida como amor platônico. :
"Os Luiziadas" (fragmento)
Luis Vaz de Camões

Da alma e de quanto tiver
Quero que me despojeis,
contanto que me deixeis
Os olhos para vos ver.

Acha a tenra mocidade
Prazeres acomodados,
E logo a maior idade
Já sente por pouquidade
Aqueles gostos passados. 
Um gosto que hoje se alcança,
Amanhã já não o vejo;
Assim nos traz a mudança
De esperança em esperança
E de desejo em desejo.
Mas em vida tão escassa
Que esperança será forte?
Fraqueza da humana sorte,
Que quanto da vida passa
Está receitando a morte!


Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer. 
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder. 

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.


Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada. 
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada. 

Mas esta linda e pura semideia,
Que, como um acidente em seu sujeito,
Assim com a alma minha se conforma, 

Está no pensamento cono ideia;
O vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.


Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê; 
Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei porquê.


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades. 
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades. 

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já foi coberto de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto. 

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Uma Música....




19 de jul. de 2011

Só quem é feliz pode sonhar assim!


"Há dois tipos de pessoas no mundo: os realistas e os sonhadores. Os realistas sabem onde estão indo. Os sonhadores já estiveram lá." 

7 de jul. de 2011

Todo dia tra la la la

....minhas marcas....




De alguma forma marcamos e somos marcados pela passagem das pessoas em nossas vidas!
Seja por um bordão repetido a cada idéia, seja por um sorriso largo ou a falta dele, seja pela crítica que lançamos dos assuntos que mostram um panorama diferente sobre os conceitos e acendem oportunidades para outros cenários, outros pontos de vista que é a vista de outro ponto.
Todo dia passamos, todo dia ficamos, todo dia temos e deixamos, todo dia estamos e partimos, todo dia amamos, todo dia vivemos!
Com a palavra o mestre para falar de Cotidiano:

3 de jul. de 2011

CONFISSÃO DE CABÔCO Poeta Zé da Luz

Ao falar do poeta Zé da Luz, imediatamente nos lembramos de "Ai se Sesse" poema de amor engraçado e  cheio de inspiração. A obra a seguir é de amor também, mas tem um tom mais dramático. Publico na integra, é um pouco longo, mas a história é envolvente, vale a pena:



Seu dotô, sou criminoso. / Sou criminoso de morte. / Tou aqui pra mi intregá. / Vosmicê fique sabendo: / quando a muié traz a sorte / de atraiçoá o isposo, / só presta para se matá. Nunca pensei, seu dotô, / qui a mão nêga do distino, / merguiasse as minhas mão / no sangue dos assassino! / Vô li pidí um favô / ante de vossamercê / mi butá daqui pra fora: / é a licença do dotô / pr'eu li contá minha histora.


Sinhô dotô delegado, / digo a vossa sinhuria / qui inté onte fui casado / cum a muié qui im vida / se chamô Rosa Maria. / Faz dez mês qui se gostemo, / faz oito qui fumo noivo, / faz sete qui nós casêmo. / Nós casêmo e nós vivia / cumo pobre, é bem verdade, / mas a gente se sintia / rico de filicidade!

Pras banda qui nós morava, / no lugá Chã da Cutia, / morava tombém um cabra / chamado Chico Faria. / Esse cabra, antigamente, / tinha gostado de Rosa, / Chegaro inté a sê noivo, / mas num fizero a "introza" / do casamento, prumode / Mané Uréia de Bode, / Qui era padrim de Maria / tê dismanchado essa prosa.

Entoce, o Chico Faria, / adispois qui nós casêmo, / in cunversa, as veis dizia, / qui ainda mi dava fim / pra se casá cum Maria. / Dessa coisa eu sabia, / mas nunca dei importança. / Tinha toda cunfiança / na muié qui eu tanto amava, / ou mais mió, adorava./ Cum toda a minha sustança.


Dispois disso, o meu custume / era vivê trabaiando / sem da muié tê ciume. / A muié pru sua vez / nunca me deu cabimento / deu pensá qui ela fizesse / um dia um farcejamento./ Mas, seu dotô, tome tento, / no resto da minha histora, / qui o ruim chegô agora:


Se não me farta a mimória, / já faz assim uns três mêis, / qui o cabra, Chico Faria, / todo prosa, todo ancho,/ quage sempre, mais das vêz, / avistava o meu rancho. / Puralí, discunfiado / como quem qué e não qué, / eu fui vendo qui o marvado / tentava a minha muié. Ou tentação ou engano, / eu fui vendo a coisa feia! / Pru derradêro eu já tava / C'a mosca detrás da urêia. / Os tempo foi se passando / e o meu arreceiamento / cada vez ia omentano.


Seu dotô, vá iscutano: / onte, já de tardezinha / o meu cumpade, Quinca Arruda, / mi chamô pra nós dança / num samba, lá na Varginha,/ na casa do mestre Duda. / Mestre Duda é um cabôco, / um tocadõ de premêra. / É o imboladô de côco / mió daquela rebêra. Entonce Rosa Maria, / sempre gostou de samba, / mas, porém, de tardezinha / me disse discunfiada, / qui pru samba ela não ia, / Qui tava munto infadada, / percisava se deitá. / Eu fiquei discunfiado / cum a preposta da muié! / Dispois qui tomei café, / cuage puro sem mistura, / cum a faca na cintura / fui pru samba, fui sambá. / Cheguei no samba, dotô, / repare agora, o sinhô, / quem era qui tava lá?

O cabra Chico Faria, / qui quano foi me avistando, / foi logo mi preguntando: / - cadê siá dona Maria, / num veio não, pra dançá? / - Não sinhô. Ficô im casa, / pru cabôco arrispondí. / Senti, entonce uma brasa / queimano meu coração, / nunca mais pude tirá / as palavra desse cabra / da minha maginação.


Perdí o gosto da festa / e dançá num pude não. / O cabra, pru sua vez, / num dançava, seu doutô. / De vez im quando me oiava / Cum um oiá de traidô. / Meia noite, mais ou meno, / se dispidino do povo / disse: - Adeus, qui eu já vô. / Quando ele se arritirô, / eu tombem me arritirei / atraiz dele, sim sinhô. / Ele na frente, eu atrais. / Se o cabra andava ligêro, / eu andava munto mais!


Noite iscura qui nem breu! / Nem eu avistava o cabra, / nem o cabra via eu! / Sempre andando, sempre andando, / ele na frente, eu atrais. / Já nem se iscutava mais


/ a voz do fole tocando / na casa do mestre Duda! / A noite tava mais preta / qui a cunciênça de Juda! / Sempre andando, sempre andando, / eu fui vendo, seu dotô, / qui o marvado ia tumando / direção da minha casa! / Minha casa!... Sim sinhô!

Já pertinho, no terrero, / eu mi iscundí pru detraiz / de um pé de trapiazêro. / Abaixadim, iscundido, / prendi a suspiração, / Abri os óio, os ouvido, / pra mió vê e ouvi / qual era a sua intenção. / Seu dotô, repare bem: / o cabra oiando pra traiz, / do mermo jeito qui faiz / um ladrão pra vê arguém, / num tendo visto ninguém, / na minha porta bateu! / De lá de dentro uma voiz / bem baixim arrispondeu.../ Ele entonce, cá de fora: / - Quem ta bateno sou eu! / De repente abriu-se a porta! / Aí seu dotô, nessa hora / a isperança tava morta, / tava morto o meu amô...


No iscuro uma voiz falô: / - Taqui, seu Chico, essa carta, / qui a tempo tinha iscrivido / pra mandá pra voismicê. / Pru favô num leia agora, / vá simbora, vá simbora / qui quando chegá im casa / tem munto tempo pra lê. / Quando minhas oiça ouviu, / as palavra qui Maria / dizia pru disgraçado, / eu fiquei amalucado, / fiquei quage cumo loco, / ou mio, cumo um cabôco / quando ta chêi de isprito! / Dum sarto, cumo um cabrito, / eu tava nos pés do cabra, / e sem querer dei um grito: / - Miserave! E arranquei / minha faca da cintura. / Naquela hora dotô, / eu vi o Chico Faria, / na bêra da sipurtur

Mas o cabra teve sorte. / Sempre nessas circunstança / os home foge da morte. / Correu o cabra, dotô, / tão vexado, qui dexou / a carta caí no chão! / Dei de garrá o papé, / o portadô da traição! / Machuquei nas minha mão, / a honra, dotô, a honra / daquela farsa muié! / Dispois, oiando pra carta / tive pena, pode crer, / de num tê prindido a lê / nas letra alí iscrivida, / o qui dizia Maria / pru marvado traidô. / Tive pena, sim sinhô. / Mas, qui haverá de fazê, / se eu nunca prindí a lê?


Maria mi atraiçuô! / Essa muié qui um dia, / juêiada nos pé do artá / jurou im nome de Deus / qui inquanto tivesse vida, / havéra de mi honrá, / e mi amá cum todo amõ, / cum perdão do seu dotô./ quando eu vi a miserave / na iscurideza da noite / dos meu oio se iscondê, / sem dêxá nem sombra inté, / entrei pra dentro de casa / pra mi vingá da muié


Dotô, qui hora minguada! / Maria tava ajuêiada, / chorando, cum as mão posta, / cumo quem faz oração. / Oiando pra eu pedia, / pelo cali, pela ostia, / pru Jesus crucificado, / pelo amo qui eu li amava, / qui num fizesse isso não.

Eu tava, dotô, eu tava / cego de raiva e paixão. / Sem dizê uma palavra, / agarrei nas suas mão, / levantei ela pra riba / e interrei inté o cabo, / o ferro da Parnaíba / pru riba do coração! / Sarvei a honra, dotô, / sarvei a honra, apois não!

Dispois qui vi a Maria / caí sem vida no chão, / vim fala cum vosmicê, / vim cunfessá o meu crime / e mi intregá a prisão. / Se osinhô num acredita / se eu sô criminoso ou não, / tá aqui a faca assassina / e o sangue nas minhas mão. / Cumo prova da traição, / tá aqui a carta, doutô. / Li peço um grande favô: / ante de vossa-sinhuria / mi mandá lá para prisão, / me lêia aqui essa carta / pr'eu sabê cumo Maria / perparava essa traição!
A CARTA:


"Seu Chico: Chã da Cutia. / Digo a vossa senhoria / que só lhe escrevo essa carta / pru senhor ficar sabendo / que eu não sou a mulher / que o senhor tá entendendo. / Se o senhor continuar / com os seus disbiques atrevidos, / o jeito que tem é contar / tudo, tudo a meu marido. / O senhor fique sabendo / que com seu discaramento, não faz nunca eu quebrar / o sagrado juramento / que eu jurei nos pés do altar, / no dia do casamento. / Se o senhor é inxirido, / encontrou u'a mulher forte, / o nome do meu marido / eu honro até minha morte! / Sou de vossa senhoria, / sua criada. / Maria."

texto extraido do blog Recanto das Letras, disponível em



Fim
 

27 de jun. de 2011

Comprastes? Comprei.Pagastes? Paguei. Me diz quanto foi? Um sonho a se realizar!

Não tem preço dar um presente como uma viagem de volta as origens  aos nossos queridos, tudo inspira alegria, ansiedade preparação e festa.
O Brasil não conhece o Brasil. É um clichê, mas diz muito sobre o quanto o nosso país é diverso, toante, cantante e simplesmente maravilhoso!
Pude conhecer a mistura dos tons criando a batida do maracatu, do boi bumba, frevo, xote, baião e forró, mudando pra embolada, a roda de coco, desafio, cordel, sem contar o repente , o galope a beira mar, o martelo...Enfim tudo no mesmo lugar expressando varias culturas e realidades de povos que vieram pra cá, mas não deixam de sonhar em voltar pra lá.
Alguns voltam tentando reencontrar a velha história que um dia deixou, mas se depara com outra realidade, não se reconhece mais no lugar onde nasceu, aí vem um dilema, não é daqui, mas também não se reconhece lá.
Mas essa volta não é só solidão, tem festa, realização, agora é uma pessoa com uma experiência, sabedoria, que sabe mesmo contar boas histórias e isso é uma vitoria que se deve comemorar muito.
Nos despedimos todo dia, nos reencontramos as vezes, sentimos saudades sempre....
Mãe, to morrendo de saudades!

24 de jun. de 2011

A festa junina é tradição brasileira?

De onde vem?
A tradição da festa
Festas juninas, festa de São João ou festas dos santos populares são celebrações que acontecem em vários países historicamente relacionadas com a festa pagã do solstício de verão, que era celebrada no dia 24 de junho, segundo o calendário juliano (pré-gregoriano) e cristianizada na Idade Média como "festa de São João".
A tradição da fogueira:
Uma lenda católica cristianizando a fogueira pagã estival afirma que o antigo costume de acender fogueiras no começo do verão europeu tinha suas raízes em um acordo feito pelas primas Maria e Isabel. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel teria de acender uma fogueira sobre um monte. Junio Camargo
A tradição da Quadrilha:
A "quadrille" veio para o Brasil seguindo o interesse da classe média e das elites portuguesas e brasileiras do século XIX por tudo que fosse a última moda de Paris
Ao longo do século XIX, a quadrilha se popularizou no Brasil e se fundiu com danças brasileiras pré-existentes e teve subsequentes evoluções (entre elas o aumento do número de pares e o abandono de passos e ritmos franceses). Ainda que inicialmente adotada pela elite urbana brasileira, esta é uma dança que teve o seu maior florescimento no Brasil rural (daí o vestuário campesino), e se tornou uma dança própria dos festejos juninos, principalmente no Nordeste. A partir de então, a quadrilha, nunca deixando de ser um fenômeno popular e rural, também recebeu a influência do movimento nacionalista e da sistematização dos costumes nacionais pelos estudos folclóricos.
Depois desse desvelamento histórico fica claro porque tudo que temos, festejamos, acreditamos é permeado de ideologia politica, ou seja, foram planejados por um pequeno grupo para a grande maioria adotar como com seu.
Todos esses lugares podem festejar o mês junino, cada um tem suas caracteristicas de identidade especificas, sua músicas, danças, crenças, vestimentas, paisagens.Não conheço as outras festas, mas a festa junina brasileira nordestina não deixa a desejar a nenhuma festê de Quadrillê francesa, portuguesa, inglesa....Viva a São João!





22 de jun. de 2011

Os cheiros que contam histórias


Pensei em eleger um cheiro especial, um aroma, um perfume para exemplificar o clima do mês junino, quando criança sempre brincávamos de assar milho na fogueira, comer canjica na cuia e se esquentar do friozinho de junho correndo em volta do fogo.
Esta festa era montadas por dias a fio, tinha ritual, primeiro procurar a lenha, imaginem que bagunça fazíamos procurando lenha em plena metrópole, depois separar os gravetos de pedaços maiores, compensados, o que prestava e o que não prestava. Por fim a preparação das comidas, canjica, pipoca, milho.
Na noite de 24 de junho, a mesa era colocada na rua com uma toalha de chita, rendas e flores vermelhas que doíam os olhos, a fogueira era acendida depois da missa de São João e a festa começava, cantávamos as cantigas de roda, improvisávamos uma quadrilha meio desengonçada, e brincadeira amanhecia o dia e ninguém queria sair, principalmente quando era  fim de semana. Me lembro da “radiola” tocando Luiz Gonzaga, Mario Zan, Dominguinhos. Nessa festa o cheiro era de alegria!
É verdade que essas coisas são mais difíceis de ver nos dias atuais, muito isoladamente vemos as escolas de educação infantil preparando uma quadrilha bem ensaiada  e  apresentando para os pais, vendendo doces típicos em barracas de feira dentro do pátio da escola e  brincando com  as crianças de  pesca, alvo, argola....Essa é uma festa com cheiro de folclore....
É... São outros tempos!
Fico feliz de recordar essas coisas e  essas histórias, prevemos para as próximas festas juninas jogos eletrônicos, telões com caraokê onde se possa fazer um mix de músicas de quadrilha e arranjar uma batida de fank para modernizar!!! provavelmente essa festa terá cheiro de balada! Será que isso demora?

19 de jun. de 2011

Rafa da Rabeca e Maria Rosa Caldas, na Bodaga de junho/11

"Existe dois momentos da apresentação do Rabequeiro, o primeiro momento ele passa afinando a Rabeca, o segundo, ele toca com a Rabeca desafinada mesmo!" Maria Rosa Caldas

Coco de roda na Bodega!

Jeso botô o Coco na roda que balança, e no movimento da dança, fez o povo dançá!


Rhayfer - Triste Partida

Rhayfer canta um clássico de Gonzagão com coral de Dani Almeida, Fatel, Luiz Wilson e Costa Senna. Na percursão Jubilo e seus batuques!

16 de jun. de 2011

Poema : "Aos criticos" de Rogaciano leite na Bodega de junho ....Primeiros registros...

Senhores críticos, basta/Deixai-me passar sem pejo/Que um trovador sertanejo/
Vem seu pinho dedilhar/Eu sou da terra onde as almas/São todas de cantadores/
Sou do Pajeú das Flores/Tenho razão de cantar/Não sou um Manuel Bandeira/
Drumond, nem Jorge de Lima/Não espereis obra prima/Deste matuto plebeu/
Eles cantam suas praias/Palácios de porcelana/Eu canto a roça, a choupana/
Canto o sertão, que ele é meu.
Vocês que estão no Palácio/Venham ouvir meu pobre pinho/Não tem o cheiro do vinho/
Das uvas frescas do Lácio/Mas tem a cor de Inácio/Da serra da catingueira/
Um cantador de primeira/Que nunca foi numa escola.
Pois meu verso é feito a foice/Do cassaco corta a cana/Sendo de cima pra baixo/
Tanto corta como espana/Sendo de baixo pra cima/Voa do cabo e se dana.
O meu verso vem da lenha/Da lasca do marmeleiro/Que vem do centro da mata/
Trazida pelo leenheiro/E quando chega na praça/É trocada por dinheiro.
O meu verso tem o cheiro/Da carne assada na brasa/Quando a carne é muito gorda/
Esquentando, a graxa vaza/É a graxa apagando o fogo/E o cheiro invadindo a casa.
Aqui é a minha oficina/Onde conserto e remendo/Quando o ferro é grande eu corto/
Quando é pequeno, eu emendo/Quando falta ferro, eu compro/Quando sobra ferro eu vendo/
Meu verso é feito a cigarra/Num velho tronco a sonhar/Que canta uma tarde inteira/
E só para quando estourar/Que eu troco tudo na vida/Pelo prazer de cantar.
Quem foi que disse/Professor de que matéria/Que o sertão só tem miséria/
Que só é fome e penar/Que é a paisagem/Da caveira duma vaca/Enfiada numa estaca/
Fazendo a fome chorar.
Não pode nunca imaginar/O som que brota/Da cantiga de uma grota/
Quando chuva cai por lá/O cheiro verde/Da folha do marmeleiro/
E o amanhecer catingueiro/No bico no sabiá.
Tem mulungu do vermelho/Mas vivo e puro/E tem o verde mais seguro/
Que tinge os pés de juá/A barriguda mostrando/O branco singelo/E a força do amarelo/
Na casca do umbu-cajá.
Criou-se o estigma/Do matuto pé de serra/Que tudo que fala erra/
Porque não pôde estudar/Só fala versos matutos, obsoletos/Feitos por analfabetos/
Que mal sabem se expressar.
Falam no sul com deboche/Que isso é cultura/De só comer rapadura/Como se fosse manjar/
Saibam que aqui/tem abelha de capoeira/E o mel da flor catingueira/
É mais doce que o mel de lá.
Temos poesia que exalta/O que é sentimento/E a força do pensamento/
De quem sabe improvisar/Tem verso livre/Tem verso parnasiano/
E mesmo longe do oceano/Tem galope à beira-mar.
Zefa Tereza me ensinou/Que prum caboclo/Entrar na roda de côco/
Tem que saber rebolar/Soltar um verso na roda/Que se balança/
E no movimento da dança/Fazer o côco rodar!

Registrado por Camilo:

Registrado por Jubilo Jacobino

no blog http://videosdojubilo.blogspot.com/ outros registros das apresentações na Bodega do Brasil....

10 de jun. de 2011

E o homem nunca mais será o mesmo....









Essa foi uma semana de muitas emoções, construções, realizações e mudanças.
Começando pelas construções, ontem apresentamos alguns resultados de pesquisas sobre a educação, nossa contribuição para encontrar caminhos, melhorias, dignidade, humanização, nossos sonhos para as próximas gerações. Se alguém vai ler? Não sei. Se vamos mudar o mundo com nossas idéias? Não sei também.
Mas temos uma convicção, se não tentarmos, lançarmos a primeira idéia, nos colocarmos a caminho, jamais saberemos.
Sabemos também da dificuldade de trabalhar na área da educação, não há investimentos, todos os dias ouvimos os noticiários sobre a violência, indignidade na escola pública tanto para os alunos quanto para os professores, temos os pés no chão e muitos de nós já conhece bem de perto essa realidade. Não somos mais ingênuos a ponto de imaginar que nossas boas idéias irão contaminar os outros, tantos já estão desiludidos, tantos já não conseguem manter-se só como professores, profissão alias, que escolheram para a vida. Mas temos fé na vida e fé nos homens, principalmente os mais jovens, e temos esperança, que minimamente aprendemos a ver essa sociedade com outros olhos, e queremos passar isso adiante.
As mudanças aconteceram no decorrer do processo de aprendizagem, como citei aprendemos a ver a sociedade com outros olhos, mais críticos, mais atentos, lendo com mais atenção as “entrelinhas”, que nos contam mais que pensávamos. Mudança na vida também, passamos dois anos pesquisando, lendo, escrevendo, buscando teorias e teóricos, conceitos que nos elucidassem sobre o que é e como funciona essa sociedade, teremos uma outra direção.
As realizações, trabalhamos orientados por um professor, tivemos tempo de conhecer, produzir, espaço para pensar e elaborar idéias, algumas até bem originais,e eles nos observavam, as vezes virtualmente para ganhar tempo, as vezes pesso
almente por precisar mostrar, pontuar coisas e olhar olho no olho. Compreendemos como foi desgastante esse processo, por isso o coloquei no parágrafo “realizações”, porque o resultado foi para mim pessoalmente, totalmente satisfatório.
E por fim as emoções, desde o encontro com todos os colegas, com os professores, a organização, todas as apresentações, e no final, o grito preso a um tempão se soltou, extravasou, e comemoramos como guerreiros vitoriosos na batalha.
Obrigada a
todos que participaram dessa construção, que acreditaram em nossos devaneios, que ajudaram a torná-lo real, pelo menos teoricamente!
Obrigado pelo espaço, pela organização, pela orientação técnica e conceitual, obrigada pela paciência, por nos ajudar a dar os primeiros passos.
Seguiremos, não sei se nos encontraremos, mas levaremos seus nomes, seus títulos, suas lembranças em nossas memórias para sempre.
Mudança é a lei da vida, é o espaço modificando o homem, e homem nunca mais será o mesmo!

























































28 de mai. de 2011

Nosso Sarau, Nosso jeito de fazer "Arte"

Fomos convidados, ou diria convocados ao Sarau da faculdade...
A organização ficou por conta da "galera" do fundão da Pedagogia orientada pelo professor Zilmar.Depois de duas semanas de preparação, pré sarau no parque do carmo no domingão, tambores aquecidos, contratempos e muito ensaio...O Sarau aconteceu... E sem duvida vai fazer parte de mais uma página da construção dessa fase das nossas vida A seguir algumas fotos e boas historias pra contar!








































































































































meus amigos virtuais e blogueiros!
FENIX
www.meirekat.blogspot.com



















































































Obrigada a todos que apreciaram o Sarau com a delicadesa e a sensibilidade do silêncio, a atenção e a dedicação da organização e a oportunidade impar de dividir esses momentos que ficaram pra sempre em nossas memórias!

Marlene Borges